O navio-plataforma Maria Quitéria, que vai operar no Campo de Jubarte (Bacia de Campos), nas águas do Espírito Santo, já navega em águas brasileiras, vindo da China. A chegada da plataforma antecipa o calendário de operação da plataforma de águas profundas, prevista inicialmente para 2025. A unidade terá capacidade de produzir até 100 mil barris por dia (bpd) de petróleo, além de processar até 5 milhões de m3 de gás/dia e injetar por volta de 330 mil bdp de água, interligada a oito poços produtores e oito injetores.

A plataforma do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo) chega ao País equipada com tecnologias para redução de emissões, incluindo o ciclo combinado na geração de energia – que permite maior eficiência operacional combinada à redução em cerca de 24% de emissões operacionais de gases de efeito estufa.

Com 156 metros do casco ao flare, a FPSO Maria Quitéria supera em altura o Convento da Penha, localizado em Vila Velha. Além disso, ficará instalada em lâmina d’água de 1.385 metros – comparável a duas vezes a altura do Morro Moxuara, localizado no município de Cariacica, na Grande Vitória.

A nova plataforma chega em um momento em que a FPSO Capixaba, que teve processo de descomissionamento concluído no início de 2024, foi enviada para o porto de Frederikshavn, na Dinamarca, para o desmantelamento.

Desde o final de 2022, a destinação de plataformas flutuantes próprias da Petrobras segue o modelo de destinação verde, garantindo a aplicação de regras ambientais e de direitos humanos ao longo de toda cadeia de fornecedores, e assegurando a apropriada destinação final de materiais oriundos do descomissionamento, em alinhamento às melhores práticas da indústria e aos princípios estabelecidos na Carta Internacional de Direitos Humanos da ONU. Ou seja, com foco na sustentabilidade e na garantia de uma destinação sustentável.



Quem foi Maria Quitéria

Maria Quitéria de Jesus Medeiros, nascida em 27 de julho de 1792, em Feira de Santana, na Bahia é hoje reverenciada como uma heroína nacional, símbolo de bravura e pioneirismo feminino no Brasil. Filha de fazendeiros, cresceu em um ambiente rural e foi educada de forma simples. Em 1822, quando o Brasil lutava pela independência de Portugal, Maria Quitéria, contrariando as normas sociais de sua época, disfarçou-se de homem para se alistar no Exército Imperial. Sob o pseudônimo de "Soldado Medeiros", destacou-se pela habilidade no campo de batalha, participando de diversas campanhas na Bahia. O desempenho foi tão notável que, ao ser descoberta a verdadeira identidade, foi permitida a permanência nas fileiras militares, tornando-se a primeira mulher a integrar o Exército Brasileiro.

Após a Guerra de Independência, Maria Quitéria foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro pelo próprio imperador Dom Pedro I, mas, ao retornar à vida civil, enfrentou o esquecimento e a invisibilidade que muitas mulheres enfrentaram na história. Viveu os últimos anos em Salvador, onde faleceu em 21 de agosto de 1853.