Em um momento em que entidades internacionais alertam o mundo sobre a continuada diminuição das espécies selvagens ao redor do globo, o Brasil tem, ao menos, um bom motivo para comemorar: a recuperação espetacular das baleias-jubarte em nossas águas!
Um sobrevoo recém-realizado pelo Projeto Baleia Jubarte confirmou que a espécie está se aproximando da recuperação plena no país, após ter sido quase extinta pela caça indiscriminada ao longo de mais de 300 anos no Brasil e ao redor do mundo. A avaliação dos dados do sobrevoo acaba de ser processada pelos cientistas e aponta a existência de cerca de 25.000 jubartes no Brasil.
Os pesquisadores do projeto Baleia Jubarte, patrocinado pela Petrobras desde 1996, consideram que esse sobrevoo é o mais extenso do mundo para estudo de baleias, nos 21 anos em que a prática se repete. Nessa temporada de reprodução das jubartes, cobriu uma distância de 6.204 Km, entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte e o litoral norte de São Paulo, abrangendo desde a linha de costa até uma profundidade aproximada de 500 metros. Afinal, as jubartes preferem ficar sobre a plataforma continental quando chegam ao país para se reproduzirem. Foram avistados 643 grupos de baleias-jubarte durante os sobrevoos.
O sobrevoo também permite identificar e avaliar as áreas onde atividades humanas têm maior potencial de interação com as baleias possibilitando antever as ações necessárias para assegurar que as jubartes brasileiras sejam protegidas adequadamente de potenciais impactos.
A conservação das diferentes espécies de baleias contribui para a sequestro de carbono no planeta e a geração de renda. Ao migrarem entre regiões, as baleias “fertilizam” o Oceano, incrementando a produtividade dos fitoplanctons que, por sua vez, capturam expressivas quantidades de carbono, oxigenam a água, constituem a base da cadeia alimentar aquática e, assim, contribuem para ampliar a população de peixes.”